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Se olhares em mim verás... não sou tão má quanto pensas; apenas não sou tão corajosa como imaginas... pareço forte mais no fundo sou fraca fera porém sou bela as vezes chata mais no meu íntimo há sentimentos diversos pareço metida porém se olhares em meu semblante com seu coração verás apenas humildade calma sempre... posso até parecer solitária ... é que realmente tenho poucos amigos... a diferença é que os poucos que tenho não valem metade de um seu ... pense nisso depois me julgue lembre-se que se me julga pela aparência... sou apenas o reflexo de sua ignorância Clarice Lispector

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Nunca diga nunca!

Nunca é tarde demais para começar de novo, um novo projeto ou até mesmo traçar um novo objetivo.
Lembro-me de quando era criança e sonhava ser tanta coisa, modelo, bombeira, médica, professora, bióloga, policial, etc. Mas tudo tinha um sentindo, queria ajudar a melhorar a vida de todos que estavam em minha volta, queria que acima de tudo os meus pais tivessem orgulho de mim.
Mas conforme eu fui crescendo a vida foi me levando a fazer escolhas e quando dei por mim estava com quase 30 anos e e não tão feliz profissionalmente como achava que seria e ainda sem saber direito o que quero fazer, é como se faltasse alguma coisa ainda.
Acho que não sou só eu que vive esse dilema, ao se tornar adultos agimos de forma estranha, nós mesmos não nos entendemos mais. A vida passa a correr mais depressa e tudo aquilo que achamos que era importante quando criança não damos mais importância agora. É como se os valores mudassem totalmente.
Pois eu quero voltar a pensar como criança, ter aquela ingenuidade e pensar que minhas ações podem e devem ser para mudar o mundo. Quero poder traçar novos caminhos, fazer novas escolhas e me transformar e um adulto melhor.
Não me sinto velha para mudar, alias nunca é tarde de mais para começar tudo de novo.

As faces da insegurança

Para uns, ela age como um raio paralisador, que impede qualquer tipo de decisão. Para outros, é um combustível que espalha adrenalina e a vontade de superar os próprios medos e limites. Se essas duas visões parecem muitos radicais para você, indicamos a trilha do meio
por Patrícia Affonso

Não importa se você é alto ou baixo, gordo ou magro, se é chefe ou subordinado, rico ou pobre. Vez ou outra, até mesmo a mais corajosa e sábia das criaturas sente-se acuada e gostaria (se o orgulho permitisse) de pedir colo e só sair dele quando aquele medo resolvesse ir embora, para assombrar outras bandas.
Nisso todo mundo é igual: ninguém está imune à insegurança. Afinal, no mundo em que vivemos nada é permanente. Perceba que é exatamente quando nos sentimos absolutamente certos de algo que o destino, com um toque de cinismo e traquinagem, muda todo o rumo das coisas. "E agora, para onde vou?". "O que faço para resolver isso?".
"Qual é a melhor saída?". Surge um cem número de perguntas. As respostas, por sua vez, parecem ter se escondido. E é dessas dúvidas que se alimenta o monstrinho da insegurança. Acontece que, se nos deixamos abater e não to- mamos as rédeas da situação, ele cresce, cresce, cresce e nós, de tão assustados, vamos ficando pequenininhos, indefesos, inativos.
Os dias passam e nos vemos reféns dos mesmos dilemas. E quem é que pode se dar ao luxo de ficar por dias parado em um mesmo ponto com essa loucura que é a rotina atual? São tantos problemas a solucionar... Mas nada de desespero! O intuito dessa reportagem não é aumentar o seu assombro, muito pelo contrário.
Temos uma boa notícia: seja ela fruto dos tenebrosos barulhos do trovão ou das incertezas que representam uma mudança de emprego, dá, sim, para vencer a insegurança e, o melhor: tirar proveito dela.
Sensação de incapacidade
Cada pessoa representa um universo diferente e, por isso, as situações que causam insegurança também são muito distintas para cada um de nós. "No geral, porém, a insegurança representa uma sensação de incapacidade quanto ao de- sempenho diante de alguma área de nossa vida, seja profissional, afetiva ou social.
O inseguro acredita que não se sairá bem nos papéis que lhe são propostos", diz Lílian Sharovsky, professora do curso de Psicologia das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), de São Paulo. Não há regra. O que causa medo em você pode parecer uma grande bobagem para o outro e vice-versa. Isso porque as pessoas possuem personalidades e aptidões próprias para lidar
Xô, medo!
Existem situações recorrentes em que a insegurança é presença quase garantida. Separamos algumas dicas preciosas para você iniciar essa reviravolta:
Se você já percebeu que certas circunstâncias o deixam acuado, está na hora de reverter o quadro. Como? Prepare-se para isso: estude mais, se conheça melhor, retome o controle da situação. Não dá para ser pego desprevenido por situações parecidas o tempo todo. E o pior: virar refém delas.
Experimente se martirizar menos e agir mais. Quando estamos assustados, costumamos protelar as decisões o máximo que pudermos. O resultado? O sentimento de insegurança só tende a se prolongar mais e mais. Analise a situação e tome uma atitude. Essa pode ser uma boa solução para espantar a angústia que acompanha a indecisão e a insegurança.
Diminua o ritmo. Sabe aquela história de que, às vezes, menos é mais? Pois ela é muito sábia. Não adianta se comprometer em fazer mil coisas, realizá-las de qualquer jeito e, depois, temer as consequências. Mais qualidade, menos quantidade.
Cobre-se menos. As pessoas vivem uma busca ilusória pela perfeição. Não precisamos disso. Somos humanos, imperfeitos e, assim, podemos sim errar. Ufa! O importante é reconhecer as áreas passíveis de melhoras e trabalhá-las com dedicação.
Aceite seus limites. Não dá para ser excelente em tudo, nem dar conta de todas as demandas impostas, sempre. Quando você tirar essa responsabilidade das suas costas, se sentirá muito mais leve e feliz.com determinados assuntos. A escola é um bom exemplo disso.
Você se lembra de como suava frio enquanto resolvia as questões de matemática e, em contrapartida, respondia com facilidade e até prazer à prova de biologia? (ou vice-versa)A insegurança floresce justamente em áreas que são mais obscuras para nós, aquelas que não dominamos. Aliás, está aí um grande ponto: o desconhecido é, geralmente, o terreno mais fértil para aquela voz que ecoa dentro de nós, dizendo que não vamos conseguir.
Questão que vem de berço
Muitas vezes, o problema tem início na infância, quando dependemos totalmente do outro para suprir nossas necessidades, até mesmo a mais básica delas: a sobrevivência. "A criança precisa crer que o ambiente, que a princípio é representado pela sua mãe, proverá tudo o que ela necessita para sobreviver: alimentação, higiene, cuidados gerais.
É nessa fase que nasce nosso sentimento de confiança", pondera a psicóloga Claudia Stella, docente do curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo. Nesse caso, também não há regras ou unanimidades. Há pessoas que crescem sobre essas condições e, munidas de determinação e coragem, conseguem reverter o quadro desfavorável e tornam-se altamente confiantes. O oposto também acontece.
Sabe aquela história do pequeno que foi cercado de mimos e preocupações e, quando tem de andar com as próprias pernas não sabe o que fazer? "Um ambiente exageradamente facilitador pode impedir a criança de desenvolver suas potencialidades e prejudicar seu desempenho nas fases seguintes", completa Lílian Sharovsky.
O desconhecido é, geralmente, o terreno mais fértil para aquela voz que ecoa dentro de nós, dizendo que não vamos conseguir
Uma faca de dois gumes
Quando a segurança oscila, boa parte das pessoas reage da seguinte maneira: com medo de optar pelo caminho errado, permanece paralisada, prorrogando ao máximo a decisão necessária. Isso traz uma série de problemas: cobranças, pressão (própria e dos outros), atrasos e sobrecargas. Mas nem sempre é assim. Existem também aqueles que gostam de viver perigosamente e sentem-se estimulados pela presença da insegurança.
"Esses reconhecem o receio como um desafio para enfrentar e conhecer melhor seus limites. Se bem aplicada, essa visão pode ser proveitosa, pois desenvolve a habilidade de lidar com situações novas e a possibilidade de desenvolver aptidões até então desconhecidas", opina a professora Claudia Stella. Qual dos dois perfis é melhor? A resposta é uma combinação deles. Um se destaca pela cautela, o outro pela proatividade, duas características fundamentais para o sucesso.
Analisando o terreno
Engana-se quem pensa que aquele friozinho no estômago não traz nenhuma mensagem importante. O lado bom da insegurança é que ela nos faz refletir melhor sobre determinado fato e as ferramentas que temos para enfrentá-lo. "Faz bem quem utiliza esse sentimento como sinalizador para se aprimorar em áreas em que se considera despreparada.
Isso torna a pessoa cautelosa e exigente, o que ajuda a obter um resultado mais satisfatório", diz Lílian Sharovsky. Mas calma lá! Nada de confundir aperfeiçoamento com perfeccionismo exagerado. Ninguém que se aventura em uma nova área começa já sabendo tudo. É um processo gradativo, um degrauzinho por vez. Em vez de se cobrar, comemore cada subida e não se zangue por perceber que algo poderia ter saído melhor.
Se analisar a trajetória dos grandes sábios, você vai perceber que eles seguiam a teoria de que quanto mais aprendemos, mais descobrimos o quanto temos a aprender. É o combustível da vida: desvendar o novo, crescer, tornar-se alguém melhor. Deixe-se encantar por isso e logo vai perceber o quanto é reconfortante livrar-se do peso da perfeição que, cá entre nós, é parceira fiel da insegurança e muitas vezes nos impede de vencer, pelo simples medo de fracassar.
Fonte: Revista Vida Natural

A angústia da perda da identidade na sexualidade


Com certa regularidade, pelo meu exercício profissional, deparo-me com a angústia em suas diversas manifestações e conteúdos. Nesse artigo, reporto-me à angústia que pode vir a ser desencadeada por experiências sexuais, qual seja: o medo da perda da individualidade, ou em outro termo, o medo da perda das próprias fronteiras subjetivas. Assim, a cada encontro/união sexual pode ocorrer-nos a sensação da dissolução da nossa individualidade. Entende-se aqui individualidade no sentido de "eu", uma identidade sexual definida como homem ou mulher, expressa por uma personalidade afirmada, amadurecida. A nossa individualidade surge progressivamente, por meio do nosso desenvolvimento, distinguindo-nos das outras pessoas. Trata-se também de pensarmos antropologicamente a individualidade, como sendo um dos valores da nossa cultura ocidental. Somos indivíduos, indivisíveis, e, nessa nossa condição, ocorre-nos algumas vezes a dificuldade de participação/partilha com o outro.

A respeito das possíveis dificuldades sexus femininas, a literatura fartamente comenta arte das fantasias inconscientes, as que poeriam afetar a plena satisfação sexual das mulheres¹. Escreveu-se muito também sobre a já tão desgastada discussão sobre o orgasmo clitoriano ou vaginal, que aqui nos absteremos de comentar por não se tratar do objeto da nossa reflexão.

Quanto à sexualidade masculina, convém lembrarmo-nos de Wilhelm Reich, que distingue o orgasmo da ejaculação², e Freud em Três contribuições à teoria do amor , em cuja obra, resguardada a devida distância, refere-se à impotência psíquica (que não se relaciona à impotência física) comum a alguns homens, que dissociam o sexo do amor, e assim tornam-se incapazes da felicidade sexual plena com as mulheres que amam, tendendo a depreciarem as mulheres desejadas. Num deslizamento à literatura portuguesa, temos Camilo Castelo Branco no romance Amor de salvação, que faz o seu protagonista dividir-se entre dois amores, a esposa e a amante, ilustrando bem Freud no opúsculo citado.

Percebemos que a angústia que o ato sexual pode suscitar refere-se ao quanto de entrega emocional-sexual cada sujeito se permite, pois, entregar-se ao gozo sexual é entregar-se a algo que escapa, a algo que não é apreensível por meio das palavras... Que está aquém de toda palavra (a experiência erótica é um mergulho no espaço arcaico da nossa subjetividade, espaço este anterior à linguagem). Resultante disso é a ameaça sentida pelos amantes da perda dos limites da própria individualidade pelo escambo afetivo com o outro. Afinal, foi a custo de muito sofrimento e lágrimas que se deu para cada um deles a separação da estreita união com a mãe, na passagem à condição de sujeitos. Daí o medo da dissolução da identidade diante das forças "mágico-demoníacas" do corpo, quando do entrelaçamento do corpo de um ao corpo do outro, atados que parecem estar por correntes imaginárias um ao outro, numa formação andrógina. O amor e a sexualidade transportam os amantes às regiões primitivas do ser, mobilizando experiências inconscientes, fazendo-os temer ou até mesmo desejar tal entrelaçamento, daí a fonte da angústia e da defesa de homens e mulheres na experiência do prazer sexual.
Trazemos de maneira inconsciente a saudade à vivência da não divisão. Saudades da experiência de termos sido indivisos. Pelo erotismo nos aproximamos desse estado de gozo, de plenitude. Aproximamo-nos, mas do paraíso primitivo fomos expulsos, para entrarmos no domínio da linguagem, que é a nossa condição de possibilidade, para escrevermos nossas histórias de amor e desejo ao lado de outrem.

Fonte: Revista filosofia, texto de Augusta Cristina de Souza Novaes é ex-aluna do colégio Sagrado Coração de Jesus de Belo Horizonte, é psicanalista, bacharel em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais e mestre em Letras com ênfase em literaturas de Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. (novaesaugusta@ig.com.br)

Tratamento de psicose é mais rápido perto da família

Pesquisadora acompanhou 200 pacientes em busca de fatores de risco
Morar com parentes próximos faz com que pessoas com transtornos psicóticos procurem serviços de saúde mental mais rapidamente(em média 4,1 semanas depois dos primeiros sintomas da doença) do que os que moram longe dos familiares, segundo dissertação de mestrado defendida na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) pela terapeuta ocupacional Alexandra Martini de Oliveira.
A pesquisadora acompanhou 200 pacientes residentes na capital paulista, em busca de fatores de risco que influenciam o tratamento desses distúrbios caracterizados por delírios, alucinações e, em alguns casos, desorganização do pensamento e da fala. Os resultados mostraram também que os indivíduos que não trabalhavam demoravam duas vezes mais para procurar os serviços de saúde do que os que tinham ocupação. Segundo a autora, as evidências mostram a importância da família e dos círculos sociais para a procura de tratamento.
Fonte: Revista Mente e Cérebro